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Capitalismo para os pobres. Realidades ucranianas

Desde 1991, a Ucrânia, alegadamente constrói o capitalismo. Esta ordem social capturou quase todo o mundo, até a China comunista. Mas chama a atenção uma injustiça lamentável: todos constroem o capitalismo mas os resultados são diferentes. Porque algumas dezenas de países foram bem sucedidos, enquanto os outros não têm perspectivas? Muitas pessoas procuram de respostas nas diferenças históricas ou ambientais, na mentalidade etc.

Necessitados ricos
Em 1991, a Ucrânia teve uma base industrial forte, alto potencial científico e técnico, força de trabalho qualificada, terras férteis e ricas, recursos minerais, oportunidades de trânsito únicas. Tudo isso deu grandes oportunidades para desenvolvimento rápido.

Desequilíbrios económicos estruturais e dependência de energia podiam ser superados por cinco ou seis anos. Além disso o país teve o período relativamente longo de preços baixos para o gás russo. Hoje quase todos os benefícios iniciais estão perdidos, mas a questão da sobrevivência económica no futuro do Estado permanece na agenda.

A tese sobre a falta de investimento estrangeiro não é mais relevante. O governo não é capaz de criar as condições para a sua participação. Em vez disso, eles demonstram o sucesso fenomenal do aumento da dívida externa. Mas, se Ucrânia precisa de investimento estrangeiro e de dividas externas?

É considerado que 80% de população mundial vive na pobreza. Mas isto não é assim. Na verdade, eles têm mais propriedade do que você pode imaginar. No entanto, essa propriedade não  permite atribuir um custo adicional.

Esta propriedade tem um carácter defeituoso: as casas estão construídas nas terras cujos direitos de propriedade não são concebidos, os deveres das impressas não estão definidas e elas mesmas não são incorporadas, a produção está localizada nas zonas onde nem fantasistas nem investidores podem controlá-los.

Desde que os direitos desses activos não são documentados, eles não podem ser vendidos para ninguém, excepto um pequeno número de pessoas locais, eles não podem ser usados para garantir o empréstimo. Por outras palavras, eles não podem ser convertidos em capital.

No Ocidente, pelo contrário - cada terra, cada prédio, cada máquina está documentada. Os activos estão, como se fosse em dois mundos paralelos - no material e no jurídico.

Haiti e Ucrânia - país gémeos
Mais difícil para os países do terceiro mundo é uma questão de entrada legal para o negócio. Por exemplo, para registar uma loja de roupas na periferia do Peru deve gastar 289 dias. O procedimento para obtenção de permissão para construir casas particulares em terras públicas continua há quase sete anos.

É capaz que os poderes ucranianos constroem não Ucrânia mas sim o Peru? Ou o Egipto, onde uma pessoa que quer legitimamente comprar um imóvel no deserto, deve passar por 77 procedimentos administrativos em 31 instituições, gastando 14 anos?

Não, o que parece, que os burocratas ucranianos foram importados do Haiti. Neste país, para que um cidadão comprar um prédio deve começar por tomar o seu arrendamento por cinco anos, e só depois ele pode qualificar para a compra.

Para alugar deve passar por 65 procedimentos burocráticos e gastar dois anos. E para comprar - mais 111 procedimentos e 12 anos. No entanto, isto não garante ao comprador que seu imóvel será reconhecido como legítimo.

Na Ucrânia, de acordo com o Banco Mundial, para documentos sobre a construção de um armazém deveria gastar 471 dias e 57,6 mil de dólares. Em Moscovo, este processo dura 704 dias e custa 238 mil de dólares.

Sair da sombra
Os problemas de registo e manutenção dos direitos de propriedade imediatamente geram uma economia paralela. Mesmo em países desenvolvidos, de acordo com diversas estimativas, é de 17% do PIB. Em países com economias em transição - mais de 20%, enquanto nos países em desenvolvimento - mais de 40%.

Segundo o Banco Mundial, a economia paralela na Ucrânia, chegou a 50% do PIB oficial. Especialistas ocidentais consideram fundamental para o volume de negócios em sombra dum país em 15-35% do PIB. Se ultrapassar esse nível, a economia perde controlabilidade.

O nível da economia paralela ucraniana está: no comércio - 80%, na construção civil - 66%, nos imóveis - 60%, nos meios de comunicação - 53%, nos transportes - 46%.

Assim, de acordo com especialistas, no porto de Odessa são declaradas apenas cerca de 20% das importações.

O dono de mercadorias ilegais, no caso dos procedimentos de desalfandegamento transparentes, sairia das sombras, porque o valor dos seus custos e riscos ultrapassa o esquema legal. Isto é subornos aos funcionários aduaneiros, falta de seguro de carga adequada e incapacidade de utilização dos bens como garantia.


fonte: epravda.com.ua

P.S. Apesar de tudo a Ucrânia tem muitas coisas positivas. Isto também é óptimo lugar para passar ferias.
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